quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Golfo, um ano depois





Petroleo-submarino




No dia 20 de abril de 2010, uma explosão em uma plataforma petrolífera da empresa BP, no Golfo do México, causou a morte de 11 pessoas e o maior derramamento de petróleo no oceano da história. Ele só foi contido quase três meses depois, mas os efeitos dos cinco milhões de barris derramados no oceano são sentidos até hoje, apesar de outros assuntos da atualidade substituírem a notícia nas capas dos jornais.
No primeiro aniversário desse desastre ecológico sem precedentes, como está a recuperação da área e a vida das pessoas afetadas?
Na superfície, as águas estão limpas, o que permitiu que os pescadores retomassem suas atividades. Os pescadores de camarão estão até otimistas.  No entanto, há mais petróleo cru preso no fundo do oceano do que se imaginava. Grande parte se dispersou em partículas minúsculas e provavelmente jamais subirá à superfície.
No auge do desastre, mais de 1680 quilômetros de praia foram moderada ou gravemente contaminados. Hoje, esse número baixou para 106 quilômetros e o turismo voltou à região. Mas os efeitos econômicos do desastre foram maiores do que o esperado. O fechamento de indústrias locais deixou muitas famílias sem renda, e a venda de alimentos de origem marinha ainda continua baixa por medo da contaminação. Além disso, três quartos dos residentes da costa do Golfo, consultados pelo grupo LA Bucket Brigade, informaram ter problemas de saúde relacionados ao derramamento.
Petróleo submarino nas proximidades das Ilhas Chandeleur. ImagemWikimedia Commons
Com relação à vida marinha, o número de golfinhos-nariz-de-garrafa encontrados encalhados ou mortos desde o derramamento aumentou consideravelmente, mas um relatório indica que esse número pode ser 50 vezes maior.
Também registrou-se um aumento no número de tartarugas marinhas mortas, 141 ao longo do ano, além de petróleo recobrindo recifes de corais.
Apesar de tudo, o governo dos Estados Unidos não pretende abandonar o petróleo: aprovou dez novas explorações nas últimas semanas, não modificou as leis que regulam as operações dos navios-petroleiros, e os segmentos conservadores do Congresso estão tentando derrubar restrições para perfurar novos poços na costa do país. Essa última questão é, talvez, a mais preocupante.
Como bem destacou The Utopanist, a dependência de petróleo da nossa sociedade é a responsável, em última instância, pela exploração de poços em lugares cada vez mais remotos.
Governos e empresas devem fazer mudanças, mas também é importante repensar o próprio consumo.

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